ABYSMUUS - Entre os Espaços e os Acessos

O Ondjango Feminista tem a honra de apresentar a 3ª edição da sua Exposição Colectiva, denominada "Abysmuus – entre os Espaços e os Acessos".

Para essa edição, temos novidades! O projecto prevê um programa mais abrangente, começando com uma formação e terminando com a exposição. Contaremos com a colaboração e parceria com a Rompe Luanda e a Associação Otratierra.

O objectivo desse projecto é fomentar a reflexão feminista por meio da arte como ferramenta de intervenção política, que permite expor, criticar e oferecer visões alternativas para a posição das mulheres na sociedade angolana, criando um espaço de reflexão sobre como as mulheres se relacionam com diferentes eventos históricos do país, os seus anseios, medos, frustrações e alegrias com o estado da nação. O percurso de formação e exposição servirá como base para mostrar como as mulheres são definidas, como elas se definem, e também como elas influenciam essa trajectória.

Sendo assim, as mulheres produtoras de arte sao chamadas a se candidatarem nesta edição da nossa Exposição Colectiva. As inscrições estarão abertas até ao dia 20 de Agosto de 2024 . A lista das artistas seleccionadas serà divulgada até 26 de Agosto 2024.



TEMA E CONTEÚDO

As obras devem abordar a temática "Abysmuus: Entre os Espaços e os Acessos".

O projecto surge com o objectivo de criar um espaço de reflexão sobre como as mulheres se relacionam com diferentes eventos históricos do País, os seus anseios, medos, frustrações e alegrias com o Estado da Nação. Nasce do desejo de ver representados e de registar em vários meios e de várias formas as nossas vivências passadas, presentes e futuras enquanto sociedade. Procura mostrar como as mulheres são definidas, se definem e também influenciam esta trajectória.

A exposição afirma o poder da arte como ferramenta de liberdade de expressão e de imaginação, pontuando que as mulheres artistas têm perspectivas sobre e para o País e o direito de ocuparem o espaço público para falarem por si mesmas sobre assuntos que lhes tocam directamente.

Na arena política, económica, artística, no espaço cívico, religioso, tradicional, ou outro, quer no campo físico ou virtual, num contexto já não tão actual de empoderamento e da ilusão de meritocracia, sem descorar os marcadores sociais como: classe, raça/etnia, orientação sexual, etarismo, deficiência, espaço geográfico e outros, é esperado que com o passar do tempo as mulheres tenham mais voz nestes espaços, ou que pelo menos consigam aceder aos mesmos. Mas quando analisamos, a realidade aponta para o oposto. Mas afinal quem acede a estes espaços, e como o faz?

O tema "Abysmuus – entre os espaços e os acessos" procura reflectir sobre a necessidade urgente de confrontar a discrepância entre a percepção pública de espaços acessíveis e a realidade enfrentada pelas mulheres em Angola.  Este tema, embora poético, aponta para uma realidade austera: o abismo que separa a idealização de um mundo onde as mulheres têm acesso irrestrito e igualdade de oportunidades, e a dura realidade das barreiras sociais, económicas e culturais que continuam a existir.

As artistas são chamadas a realizar uma crítica incisiva desse abismo, explorando as condições reais de acesso aos espaços que supostamente estão abertos a todos, a abordar as barreiras que impedem as mulheres de ingressarem e participarem plenamente da vida social, política, econômica e cultural do país. As artistas farão também uma reflexão sobre como as estruturas de poder existentes reforçam essas barreiras e ampliam a distância entre a idealização e a realidade. 

No cerne dessa reflexão está a busca por alternativas - novos caminhos, novas visões, novas formas de romper com as barreiras que limitam as mulheres em Angola. As artistas são desafiadas a imaginar e representar não apenas os obstáculos existentes, mas também as possibilidades de transformação e os futuros desejados. É um convite para criar arte que inspira à acção, que alimenta a esperança e que promove mudanças significativas na busca por uma sociedade mais justa e igualitária para todas as mulheres. É o chamado “Artivismo”. 


ELEGIBILIDADE

- Ser mulher, independentemente da orientação sexual e identidade de género

- Residir em Angola

- Rever-se nos valores feministas

- Ter disponibilidade para acompanhar todo o cronograma do projecto (inclui formação, produção e exposição)



TIPOS DE ARTE

Serão aceites trabalhos em pintura, escultura, fotografia, vídeo, instalação, performance, arte digital e outras mídias, desde que as obras sejam originais e inéditas.



CRONOGRAMA

8 Agosto - 20 Agosto - Anúncio expo e recepção candidaturas

20 - 25 Agosto - Selecção de candidaturas

26 - 30 Agosto - Assinatura de contratos e anúncio nas redes sociais

01 - 15 Setembro: Formação de Artivismo (presencial)

Outubro: Conceptualização, produção e entrega das obras (semi-presencial) *

1 - 15 Novembro - Montagem da Expo *

15 - 30 Novembro - Exposição Colectiva




SOBRE A FORMAÇÃO 

Formato: Presencial

Período: de 1 a 15 de Setembro

Conteúdos: Relações entre Arte e Política / Feminismos Decoloniais e suas contribuições para mudar o modo de entender o mundo / Violência de gênero e racismo desde uma perspectiva decolonial: colonialidade e gênero, colonialidade e propriedade privada, violência expressiva, novos formatos da guerra e o corpo das mulheres / Racismo e Machismo estrutural e institucional / Importância do colectivo de mulheres para reequilibrar forças políticas. 

Local: Centro Artístico da Rompe, em Luanda

NOTAS DE COMPROMISSO

Compromisso de participação na formação de artivismo durante 2 semanas

Compromisso de participação nas actividades de artivismo durante o mês de produção.

Compromisso de produção de obras originais.

Compromisso de entrega das obras até 31 de Outubro 2024.

Compromisso de participação nas actividades de promoção e divulgação da Expo Colectiva, em Outubro/Novembro *

Compromisso de cedência temporária das obras até ao final do projecto



SOBRE AS PARCERIAS

OTRATIERRA é uma plataforma de artes e ativismos – ARTIVISMOS – que pretende visibilizar práticas e pensamentos descolonizantes que acontecem ao redor do mundo, com especial atenção ao Sul Global. OTRATIERRA defende e pratica valores de justiça social (raça, classe, gênero, sexualidade, capacidade, cultura) e ambiental, ancoradas no pensamento feminista decolonial. Trabalha lado a lado de artistas, cientistas, ativistas e lideranças populares, para desenvolver acções colectivas contra opressões locais e globais, inspirando e impulsionando modos de vida alternativos.   

ROMPE é um colectivo fundado em Agosto de 2022 por artistas muldisciplinares. A Rompe utiliza a arte como ferramenta para a transformação política e social. Tem como missão a valorização da educação artística por meio de implementação de projectos que permitam o desenvolvimento e fortalecimento de capacidades de artistas, bem como um maior reconhecimento da Indústria Cultural e Criativa, criando assim um impacto positivo na vida dos artistas e profissionais da cultura em Luanda. Actualmente, a Rompe conta com dois projectos: o centro artístico, e o projecto “Kituma Artística”.


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Lugar de escrita - Ponciá Vicêncio